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O Psicólogo (2009)

Eis aqui um filme que passou quase que despercebido quando de seu lançamento e não teve a repercussão que merecia. Longe de se tratar de u...

Eis aqui um filme que passou quase que despercebido quando de seu lançamento e não teve a repercussão que merecia. Longe de se tratar de uma obra que marcará quem a assiste, não deixa de ser, contudo um filme bem realizado, ainda que algumas pequenas escolhas do diretor enfraqueçam o resultado final.

“Nenry Carter é um psiquiatra que auxilia várias figuras importantes de Hollywood, mas que se interessa cada vez menos por isso, bem como pelos seus problemas pessoais, atirando-se ao uso indiscriminado de bebidas e marijuana para fugir da realidade. Não consegue consolar Kate, uma atriz cuja carreira está em queda livre, tampouco ajudar o roteirista Jeremy dominado por várias angústias. E o mesmo vale para todos seus demais clientes. A reviravolta se dará quando seu pai lhe envia uma adolescente sensível que passa por um problema idêntico ao seu. É a hora de parar de fugir e encarar os problemas para superá-los.”

Um filme que faz-nos lembrar do saudoso Robert Altman e seus filmes de várias histórias que se entrecruzam (ou Magnólia de P.T.A., Retratos da Vida de Lelouch, etc), já que seu roteiro não se centraliza sobre o ponto de vista de um personagem;  ao mesmo tempo conta a história de vários personagens que se entrelaçará no fim de uma maneira plausível.  Existencialista sem ser tão profundo quanto um Bergman, mescla de comicidade e drama em outros momentos, e edificante ao seu final. O Casting atua de maneira sóbria e compõe um mosaico de seres que prendem a atenção. Destaque se faça para um Spacey pleno de seu potencial artístico.

Uma das grandes virtudes do roteiro é não colocar o psiquiatra como o personagem através dos qual todos os demais evoluirão. Não, aqui especificamente o Doutor está no mesmo nível que os outros. Afogado naquilo que seria uma muleta temporária (a marijuana) vemos o descaso que esse Doutor passa a ter em relação a si próprio e aos demais que o cercam. É nítida a situação de desleixo e ela é acentuada na forma em que a câmera apreende esse estado. Os diálogos vagos de sentido entre Henry e seu fornecedor (que age em relação a erva como um enófilo em relação aos vinhos) é um achado. Também (ainda que soe clichê) a ideia do pai enviar para Henry alguém com um problema semelhante, mostra que o que move a história é a dor é como lidar com ela. Algo inerente a todos desde que o mundo é mundo, e que nos alerta que a fuga não seria nunca uma escolha sensata. 

O que acaba enfraquecendo o filme primeiramente é o uso excessivo do recurso do zapping, o qual pouco são dotados da capacidade de se valerem deles sem que o resultado na tela soe artificializado. Infelizmente Pate não se conscientizou disso. Outra fraqueza no filme é seu final. Em nenhum momento soa-nos plausível um possível relacionamento futuro de Kate e Henry.  Essas fraquezas, ainda que graves, não causaram o naufrágio da película, o que por si só demonstra a força desse filme independente. 

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